Rio -  o baixo crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é o conjunto de riquezas produzidas pelo país, em 2012 deve refletir um reajuste de 6,93% para o salário mínimo em 2014. O chamado Pibinho de 0,9%, divulgado ontem pelo IBGE, faria o piso nacional subir dos atuais R$678 para R$725, segundo o coordenador de relações sindicais do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), José Silvestre.

O economista explica que a regra do governo federal estabelece o aumento do salário mínimo com base em dois fatores: a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) do ano anterior e o crescimento do PIB nos últimos 24 meses. O governo tem a opção de arredondar o valor previsto.
A projeção foi feita com o resultado do fraco desempenho do PIB em 0,9% e a estimativa de inflação para 2013 de 6%, segundo Silvestre. A previsão do mínimo em R$ 725 fica abaixo da proposta feita pelo governo na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2013, que previa um salário mínimo de R$729,20 para o ano que vem e R$ 803 em 2015.
REAJUSTE DE 29% EM 2 ANOS
O texto da LDO propôs um reajuste de 29% para o salário mínimo nos próximos dois anos. No entanto, o resultado final deve ser alterado ao longo dos próximos anos, devido ao desempenho do PIB e da inflação.
o piso nacional serve de referência para o pagamento de salário de 47 milhões detrabalhadores no país, além de mais de 18 milhões de aposentados e pensionistas do INSS.
Apesar da decepção, ministro considera 2012 um ano bom
Para o ministro da Fazenda, Guido Mantega, apesar de o PIB ter decepcionado, o ano de 2012 “para a maioria da população foi um ano bom”, já que o aumento real da renda atingiu 4%. “A crise não bateu à porta da família brasileira”, argumentou o ministro.

Mantega admitiu ontem que o crescimento do PIB em 2012, de 0,9% , está abaixo do esperado, mas afirmou que os resultados do último trimestre dão sinais de que a economia está em “nítida recuperação”. “Foi um ano de PIB mais fraco, abaixo das nossas expectativas, mas numa trajetória de elevação”, afirmou.
A Fiesp atribui o baixo crescimento à perda de competitividade brasileira. Para o presidente da entidade, Paulo Skaf, o país apresentava sinais de que não conseguiria crescer de forma vigorosa.
Reportagem: Taís Laporta, do iG