Rio -  A mais tradicional maratona aquática do país, a Travessia dos Fortes, programada para dia 31 de março, domingo de Páscoa, foi cancelada pela IMX, uma das empresas do bilionário Eike Batista e responsável pela prova de natação desde 2009.

A notícia pegou de surpresa esportistas que se preparavam para a competição de 3.800 metros entre os fortes de Copacabana e do Leme. Quem tentou se inscrever no site oficial da competição encontrou um aviso comunicando sobre a suspensão do evento.

O motivo do cancelamento não foi esclarecido pela empresa, que se limitou a divulgar uma nota: “Conforme já divulgado, a IMX trabalha no sentido de viabilizar a prova em uma outra oportunidade”.
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Atletas encaram a Travessia dos Fortes na prova de 2012: competição deste ano seria realizada no fim do mês, mas foi suspensa pela organização, que não divulgou nova data | Foto: Berrix / Agência O Dia
A nova data não foi informada, mas a previsão é que a prova seja transferida para 2 de junho. A informação foi passada por Coaracy Nunes Filho, presidente da Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) ao pentacampeão da prova, Luiz Lima.

“O mais importante é não deixar de ter a prova, que está para águas abertas assim como a São Silvestre está para a maratona de rua”, diz o nadador Luiz Lima, que defende a realização da travessia como a competição mais democrática. “A prova reúne pessoas de todas as idades e classes sociais”, diz.

A Secretaria de Estado de Esportes e Lazer afirmou que a responsabilidade de captação de patrocínio é exclusiva do produtor do evento, no caso, a IMX.

O motivo do cancelamento seria a demora para chegar a um acordo com a emissora de TV que faria a cobertura do evento. A suspensão mobilizou as redes sociais. “É incrível como no Rio de janeiro, cidade sede da próxima Olimpíadas, o mais tradicional evento brasileiro de natação no mar é cancelado”, postou o internauta Emerson Rios.
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Comunicado lacônico da IMX informa sobre o cancelamento da prova | Foto: Reprodução
Protestos contra reforma da Marina da Glória por outra empresa de Eike

O grupo EBX, do empresário Eike Batista, está envolvido em mais uma polêmica. Políticos do PSOL lançaram nesta sexta-feira um abaixo-assinado contra o projeto de reforma da Marina da Glória, no Aterro do Flamengo, que prevê a construção de um centro de convenções e de um prédio de 15 metros.

Deputados e moradores temem que o projeto que acaba de ser aprovado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) descaracterize o Aterro, que é tombado.

O deputado Marcelo Freixo propôs ao grupo EBX que apresente o projeto, em audiência pública, na Assembleia Legislativa. “A apresentação do projeto é uma forma de dar mais transparência à população sobre o que vai ser feito no local”, disse Freixo.

Desde 2010, o empresário tenta tirar o projeto do papel. Após receber inúmeras críticas, a área de intervenção foi reduzida de 40 mil para 20 mil metros quadrados.
Mas as obras ainda não podem ser iniciadas. Antes, a empresa terá que detalhar ao Iphan todas as intervenções no local. Só depois de obter aprovação para o projeto executivo é que Eike Batista terá o sinal verde para iniciar a construção. Neste domingo, haverá outra manifestação no Aterro para coletar assinaturas.