Rio -  A economia brasileira cresceu 0,6% no quarto trimestre do ano passado na comparação com o terceiro trimestre, acumulando em 2012 expansão de 0,9% do Produto Interno Bruto (PIB) — a soma de todas as riquezas do país. Foi o pior resultado em três anos. A divulgação do Pibinho brasileiro foi feita ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). Com os números de 2012, a economia brasileira perdeu a sexta colocação no ranking mundial para o Reino Unido.
O crescimento econômico de 0,9% registrado pelo Brasil no ano passado foi o menor entre os países do Brics. A China teve o maior crescimento (7,8%), seguida pela Índia (5%), Rússia (3,4%) e África do Sul (2,5%). O crescimento da economia brasileira também ficou abaixo da média mundial, que foi 3,2% no período.
A indústria apresentou retração de 0,8% no ano passado, contribuindo para o baixo desempenho do Produto Interno Bruto brasileiro. Setor reclama da falta de investimentos | Foto: Divulgação
A indústria apresentou retração de 0,8% no ano passado, contribuindo para o baixo desempenho do Produto Interno Bruto brasileiro. Setor reclama da falta de investimentos | Foto: Divulgação
INDÚSTRIA E AGROPECUÁRIA
O Japão (com alta de 1,9%), os Estados Unidos e a Coreia do Sul (ambos com 2,2%) também tiveram aumentos do PIB superiores ao do Brasil. O crescimento brasileiro se equiparou apenas ao da Alemanha, mas foi superior ao da França (0,1%), que enfrentam crise europeia.
Os setores que mais contribuíram para o resultado baixo foram a indústria, que caiu 0,8%, e a agropecuária, -2,3%. A melhora na economia em 2013, depende de expansão dos investimentos e do aumento da competitividade. A avaliação é do presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.
Para ele, a agenda deve incluir incentivos à poupança interna, em consonância com os instrumentos de política cambial, monetária e fiscal. “O país precisa elevar os investimentos públicos e garantir o êxito dos programas de concessão e infraestrutura”.
O MOTOR DA ECONOMIA
Único a apresentar expansão, com alta de 1,7% no ano, o setor de serviços foi o principal responsável por sustentar o crescimento de 0,9% da economia do país. O setor já representa 68,5% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional.
O crescimento dos serviços tem relação direta com a expansão do consumo das famílias. Em 2012, a demanda doméstica registrou alta de 3,1% — foi o nono ano consecutivo de aquecimento no consumo.
A demanda crescente das famílias está ligada ao aumento de 6,7% na massa salarial real, segundo registrou o IBGE em 2012. Além disso, as operações de crédito para pessoas físicas cresceram 14%.
Entre os setores de serviços que mais se destacaram estão as ofertas de informação (alta de 2,9%), a administração, saúde e educação pública (2,8%) e outros serviços (1,8%). As atividades imobiliárias também cresceram 1,3%.