Brasília -  O deputado Marco Feliciano (PSC) diz não se preocupar com as constantes criticas que recebe em seu perfil no Twitter. O parlamentar, que é pastor evangélico, é cotado para presidir a Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dosDeputados (CDHM), o que não agrada ativistas gays e demais pessoas que o consideram intolerante. O parlamentar protagonizou uma polêmica em 2011, quando afirmou que a África é maldiçoada.
Foto: Divulgação Internet
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"Vou me recolher em oração. Está nas mãos de Deus. O que tiver que ser será. Sou ferramenta de Deus pra toda obra e não tenho medo de nada", disse o político na rede social. "Nada esta definido. A comissão ainda não esta com o PSC e eu não serei o primeiro deputado a ser indicado pelo partido", acrescenta.
Após o PT abrir mão da presidência, ficou a cargo do PSC a responsabilidade da pasta, cujo partido pode indicar o parlamentar, o que gera desconforto entre ativistas dos direitos humanos. O PT abriu mão da vaga em favor da sigla que faz parte da base de apoio do governo da presidenta Dilma Rousseff.
'Racista e homofóbico'
Feliciano também afirmou em seu perfil no Twitter, também em 2011, que a homossexualidade levava “ao ódio, ao crime e à rejeição”. O deputado federal Jean Wyllys (Psol) afirmou ser assustador que o pastor assuma o cargo. “Ele é confessadamente homofóbico e fez declarações racistas sobre os africanos”, afirmou.
Marco Feliciano diz que a comissão se tornou um espaço para defesa dos gays. “Se tem alguém que entende o que é direito das minorias e que já sofreu na pele o preconceito e a perseguição é o PSC, o cristianismo foi a religião que mais sofreu até hoje na Terra”, disse o deputado.
"Sua chegada (do deputado) à CDHM pode ser imputada, sim, ao PT, que abriu mão deliberadamente da comissão, o que mostra o quanto o PT está comprometido mais em se manter no poder do que com a defesa dos DHs de minorias", disse Jean Willys.
Briga de petições
Uma petição online foi aberta nesta quinta-feira pedindo a destituição imediata do deputado Marco Feliciano da comissão. Na página do Avaaz, site de abaixo-assinados, o autor colocou uma reprodução de uma postagem do pastor no Twitter em que ele afirma que "africanos descendem de ancestral amaldiçoado". A petição tinha mais de 9 mil assinaturas em menos de um dia de publicação do pedido, que pretende chegar a 100 mil.
Uma outra petição foi criada no mesmo site para apoiar o deputado religioso, porém com uma meta inferior (2 mil assinaturas) da que vai contra o parlamentar (100 mil), o que não agradou o pastor. "Como pode? Um dos assuntos mais comentados do Twiter, mais de 200 mil acessos no site da matéria e o Avaaz dizer que só temos essas assinaturas?".
Para o deputado, as críticas que recebeu tem relação com o que faz na comissão: "Deve existir na Comissão de Direitos Humanos algo que os ativistas não querem que alguém descubra, só isso explica esse ataque", acredita, chamando a atenção dos religiosos que não estão participando do embate: "Sei que quem defende é Deus, mas onde está o apoiamento dos grandes lideres? Onde esta a voz dos cristãos militantes nesta hora?", questiona.