Rio -  O ex-ministro chefe da Casa Civil, José Dirceu, se recusou a comentar nesta sexta-feira a entrevista do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, na qual previu, para correspondentes estrangeiros, que os 25 condenados por participação no Mensalão começarão a cumprir até julho as penas às quais foram condenados. Acusado de comandar o esquema de desvio de recursos públicos e privados para campanhas políticas do PT, ele foi condenado a 10 anos e 11 meses.
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Dirceu não quis comentar entrevista | Foto: Divulgação
Dirceu chegou à Fortaleza (CE), onde será realizado encontro do Diretório Nacional do PT. “Deus me livre. Nem pensar em comentar uma coisa dessas”, afirmou o petista. Em Fortaleza, a cúpula do PT vai definir diretrizes de para os próximos anos e a substituições de dirigentes da Executiva Nacional. Um dos pontos mais polêmicos na pauta é a manutenção de José Dirceu no Diretório. 
Joaquim Barbosa prevê prisão
O presidente do Supremo Tribunal Federal informou, nesta quinta-feira, em entrevista a correspondentes estrangeiros no Brasil, que espera encerrar ainda no primeiro semestre o processo do Mensalão para publicar o acórdão e que os condenados comecem a cumprir as penas. “Por mim, encerraria ontem. Infelizmente, tenho que respeitar os prazos”, disse Barbosa.
Barbosa disse que faltam detalhes para que o processo seja concluído | Foto: Divulgação
Barbosa disse que faltam detalhes para que o processo seja concluído | Foto: Divulgação
Ele afirmou que faltam apenas detalhes para que seus colegas do STF concluam seus votos e o acórdão seja divulgado. Por isso, disse que considera julho um prazo razoável para a prisão dos 22 condenados que terão que cumprir penas em penitenciárias.
O fim do processo representa o trânsito em julgado, quando não cabem mais recursos. “Encerrado, acabou. Você aplica a decisão tanto no cível quanto no crime. Executa-se é a palavra que se usa tanto para material criminal quanto para cível”, disse Barbosa.
As penas de prisão variam dos dois anos que recebeu o ex-deputado José Borba, do PMDB, aos 40 do publicitário Marcos Valério Fernandes, apontado como operador do Mensalão. Entre os 25 condenados estão José Dirceu, ex-ministro-chefe da Casa Civil do presidente Lula, os deputados federais José Genoíno e João Paulo Cunha, ambos do PT de São Paulo, e o ex-tesoureiro petista Delúbio Soares.