Rio -  A diretoria do Vasco se esforçou e, nesta sexta-feira à tarde, conseguiu um empréstimo, graças a um fundo de investimentos, de R$ 1,5 milhão para quitar um mês de salários atrasados justamente no dia em que a dívida completava 90 dias - por lei, os jogadores poderiam pedir a rescisão contratual. Para o técnico Paulo Autuori, que usou palavras fortes e comprou a briga de seus comandados, a situação em São Januário, entretanto, ainda está muito longe do ideal.
Foto: André Mourão / Agência O Dia
Autuori sai em defesa do elenco | Foto: André Mourão / Agência O Dia
“O clube foi muito claro comigo e prometeu que até junho seria mais complicado. Mas eu também afirmei que a partir daí não vou poder aceitar se o Vasco não tiver condição de pelo menos de pagar em dia. Quando se perde a credibilidade, acaba tudo”, disse Autuori.

Ciente de que seu trabalho está apenas no início, o treinador reconhece que as atenções estão voltadas para a estreia no Brasileiro, dia 26 de maio, mas ainda não fala sobre resultados. Ele preferiu ressaltar o profissionalismo de seus atletas e o bom clima que tem encontrado no grupo. Contagiado, Autuori agradeceu pelo empenho de tirar o clube dessa situação delicada.

“Fala-se muito desse grupo. Você não pode chamar de mercenário um elenco que não recebe salários. Trabalhar nas condições que estes jogadores estão não é algo fácil. Garanto que ninguém está desanimado e todos estão dando o melhor que podem. Eu os agradeci pessoalmente por isso”, afirmou.

A tendência é a de que na segunda-feira a diretoria do Vasco faça um segundo depósito, pois, além dos salários, alguns atletas também não têm recebido o valor referente aos direitos de imagem. Perguntado se existe a possibilidade de viajar com o time para um período de treinamentos, Autuori foi enfático.

“Somente se a questão do salário estiver resolvida. Não vou sacrificar mais ainda os meus atletas. Que moral eu tenho para fazer isso?”, completou.