Rio -  Um motorista de ônibus em serviço foi preso em flagrante com um papelote de cocaína, no fim da noite desta quarta-feira, na Rua do Lavradio, na Lapa, bairro boêmio do Centro do Rio. Segundo a polícia, ele abandonou o ponto final antes da última viagem para comprar a droga.
De acordo com o tenente Augusto, do 5º BPM (Praça da Harmonia), ele e um colega estavam baseados na entrada do casarão localizado na Rua do Lavradio, 122, que vem tendo o policiamento reforçado por determinação do comando da unidade. O local é conhecido como um dos principais pontos de distribuição e de venda de drogas do Centro do Rio, principalmente às sexta-feiras e nos fins de semana, quando o movimento na região aumenta devido a proximidade com a região de bares da Lapa.
Ainda segundo o tenente, o motorista da linha 366 (Lavradio-Campo Grdande), da Viação Expresso Pégaso, entrou uniformizado no local e saiu dois minutos depois. Ele alegou que estava à procura de dois passageiros que supostamente não tinham pago a passagem do ônibus. Ao ser revistado, o PM encontrou um papelote de cocaína na meia do pé esquerdo dele.
Aos PMs, o motorista disse que faz três viagens diárias no coletivo e que realizaria a última para Campo Grande após comprar a droga. Ele não disse se consumiria a cocaína antes da viagem.
"Eu e minha mulher choramos, nos emocionamos com a tragédia de terça-feira na Avenida Brasil, vendo policiais, bombeiros e outras pessoas tentando socorrer aquelas pessoas", disse o tenente Augusto, lembrando o caso do ônibus da linha 328 que despencou do viaduto de acesso da Ilha do Governador à Avenida Brasil, na terça-feira, supostamente provocado pela briga do motorista com um passageiro. Sete pessoas morreram e 11 ficaram feridas. O oficial não descartou a possibilidade de ter evitado uma nova tragédia.
Na delegacia, o motorista não quis dar declarações aos jornalistas. Na cabine do ponto final do ônibus, na esquina das ruas do Senado e Pedro I, a cerca de 400 metros do casarão da Rua do Lavradio, o fiscal de plantão da Pégaso não quis dar declarações. Ele se limitou a dizer que o coletivo que era dirigido pelo motorista já havia seguido viagem com outro condutor. No entanto, o ônibus placa LPM-4020 estava parado com as luzes apagadas. O vidro dianteiro do coletivo estava trincado (rachado).
De acordo com o delegado adjunto da 5ª DP (Mém de Sá), Antonio Ferreira Bonfim, incialmente o motorista alegou que havia comprado a droga para um amigo. Depois, ele assumiu que comprou a droga, mas que só iria usá-la no dia seguinte. Ele foi autuado por porte de droga para uso próprio. O motorista não tem antecedentes criminais. Ele será liberado e responderá o processo em liberdade. Nenhum representante da Pégaso esteve na 5ª DP até às 2h30 para acompanhar o caso.