Mediadoras da paz já resolveram 28 conflitos em quatro meses no Borel
POR ANDRÉ BALOCCO
Foto: Alexandre Vieira / Agência O Dia
Há 23 anos na comunidade, dona Maria Cristina Soares não esconde a felicidade por poder ajudar os outros. Ela fez o curso e se apaixonou pela chance de ter uma vida ativa dentro da comunidade.
“Com o trabalho a gente conseguiu diminuir os conflitos” conta ela, com um sorriso que mistura emoção e vergonha por, pela primeira vez, ter voz ativa na imprensa. “A maioria dos casos é de mulheres grávidas, pedindo pensão. Reunimos as partes e buscamos o acordo. E na maioria conseguimos”.
E conseguem mesmo. Em quatro meses de programa, alcançaram a média de sete conflitos resolvidos por mês, sem a necessidade de irem à Justiça. Muito para uma comunidade que, como muitas, acostumou-se a resolver seus problemas com a ajuda das ‘madeiradas’ do tráfico.
Isis Soares, 20 anos, seguiu os passos da mãe, dona Maria Cristina. Cursando o 2º ano do 2º grau, ela ainda se divide entre estudar Educação Física ou Biologia. Mas se ainda não sabe em que pretende se formar, tem certeza que ajudar o próximo a faz feliz. “É legal ver as soluções surgirem. Fazendo este trabalho, eu ajudo a reeducar os moradores”.
No vácuo do poder paralelo
“Trabalhamos com três linhas de ação. Educação para o Direito, levando o conhecimento do Direito à comunidade; a mediação de conflito em si, que é a nova forma de resolver as questões do morro; e a articulação de redes, que é fazer com que os atores que trabalham com a gente reconheçam a rede com que eles trabalham — os serviços, as ONGs e seus direitos”, explica Eliane.
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