Rio -  A chacina da Baixada, que deixou 29 mortos no dia 31 de março de 2005 e se tornou a maior tragédia do tipo no Rio de Janeiro, completa hoje oito anos. Por isso, parentes e amigos das vítimas, defensores dos direitos humanos e religiosos farão, a partir das 15h, uma caminhada repetindo o percurso dos assassinos naquela noite.
Luciene Silva, mãe de Raphael Silva, vítima na chacina de 2005, e Adriano Dias explicam que objetivo é evitar que tragédia caia no esquecimento e denunciar que violência continua | Foto: Paulo Araújo / Ag. O Dia
Luciene Silva, mãe de Raphael Silva, vítima na chacina de 2005, e Adriano Dias explicam que objetivo é evitar que tragédia caia no esquecimento e denunciar que violência continua | Foto: Paulo Araújo / Ag. O Dia
A concentração será em frente à loja da Besouro Veículos, na Rodovia Presidente Dutra, no bairro Esplanada, em Nova Iguaçu, onde houve o primeiro crime. De lá, os manifestantes seguirão para a Posse e a Cerâmica, depositando flores em cada ponto onde uma pessoa foi morta.
Organizada pela ONG ComCausa e por Luciene Silva, mãe de Raphael Silva Couto, uma das 29 vítimas, a caminhada se repete a cada ano. “Prometi a meu filho, no dia em que o enterrei, que nunca deixaria cair no esquecimento a chacina”, explica Luciene, emocionada.
Segundo ela, o objetivo não é somente lembrar a tragédia, mas continuar lutando contra todos os atos de violência. “Vamos mostrar que há pessoas que não aceitam o que está acontecendo, que estão indignadas. A gente vê pessoas sendo assassinadas todo dia, como o menino que foi morto pela manicure”.
Fundador da ComCausa, ONG que participa da caminhada e presta apoio às vítimas, Adriano Dias diz que as consequências da perda estendem-se para muito além do episódio. “Por isso, são necessários programas para ajudar as vítimas da violência”.
Para ele, a punição da Justiça é importante, mas a atenção e a solidariedade também são fundamentais para ajudar a superar o trauma.
A caminhada terá a presença de autoridades e parentes de outras vítimas de violência, como Renata Lúcia Ribeiro, tia de Douglas Ribeiro, uma das seis vítimas da chacina da Chatuba em outubro.