Rio -  Mariah é uma bela atriz de novelas. Priscila Fantin também. Mariah é alvo fácil dos paparazzi e das principais revistas de fofoca. Priscila também. Mas as coincidências terminam aí. É o que garante a atriz em relação às comparações com sua personagem, Mariah, na peça ‘A Entrevista’, em cartaz no Teatro das Artes, na Gávea.
Herson Capri e Priscila Fantin estão na peça 'A Entrevista' | Foto: Divulgação
Herson Capri e Priscila Fantin estão na peça 'A Entrevista' | Foto: Divulgação
“Somos totalmente diferentes. Ela preza muito a estética, eu não. Ela é aberta, eu sou reservada. Ela usa drogas, eu não. Essas são as principais diferenças. De parecido, vivemos no mesmo universo, talvez a gente se depare com as mesmas questões e as mesmas dificuldades emocionais de sermos quem somos ”, diz.
Na história, Mariah é entrevistada por Pedro Pierre (Herson Capri), jornalista de política que se sente desprestigiado por ter sido designado para fazer uma reportagem com uma atriz conhecida apenas por seu belo par de seios. Logo no início, Mariah se irrita com Pierre, que faz questão de dizer que não sabe nada sobre a artista.
Na vida real, Priscila também já ficou irritada com jornalistas, como, por exemplo, quando foi noticiado que ela teria agredido seu namorado, o ator Renan Abreu. “Encarei com profunda tristeza. São dados inventados por alguém sem a menor responsabilidade. Então, todos os seus leitores julgam como verdade. Afinal, é um veículo de mídia que está falando, não é? A imprensa deve apurar suas notícias. A verdade é muito valiosa para ficar sendo adivinhada”, desabafa.
Nas inúmeras vezes em que a personagem de Priscila interrompe a entrevista com o repórter para atender o telefone — que tem o toque de cachorros latindo —, ela orienta uma amiga que levou um fora do namorado a se arrumar e dar um pulinho na Rua Dias Ferreira, celeiro de fotógrafos no Leblon.
Aos 29 anos, a mãe de Romeo, de 1 ano, do seu relacionamento com Renan, não critica os famosos que fazem de tudo para serem clicados nos lugares badalados. “Nós que moramos no Rio sabemos quais são. Cada um age como deve, de acordo com sua história. Eu me preocupo em realizar o meu trabalho de forma plena”, afirma.
Herson Capri, ao contrário de seu personagem na peça, entende do mundo das celebridades. Ele diz que lida bem com o preço da fama. “O fotógrafo está fazendo o trabalho dele, que é árduo e digno. Como vou bater de frente? Alguns extrapolam, é claro. Uma vez, antes de correr na praia, fiz um alongamento. Por ter perdido o clique, o fotógrafo pediu para eu repetir a cena. Fui gentil e disse que não iria fazer”, conta. 
Paparazzo há seis anos, Rodrigo dos Anjos conhece bem os lugares por onde os artistas costumam circular. Também sabe quais são as celebridades que cospem fogo quando veem um fotógrafo e os que correm atrás do flash. “Pode parecer incrível, mas nunca tive problema com a Luana Piovani. Já fiz fotos dela em vários lugares”, diz ele, referindo-se à polêmica atriz, que já teve atritos com os profissionais.
“O Pedro Cardoso (ator) já me chamou de bandido e mandou os seguranças do shopping correrem atrás de mim quando eu fotografei a filha dele. Vieram correndo atrás de mim, gritando ‘pega, ladrão’”, reclama o fotógrafo, que também já foi agredido verbalmente por Camila Pitanga. “Ela me chamou de verme, nojento. Começou a gritar”, lembra.
Rodrigo conta que nem sempre o esforço pelo clique vale a pena. “Foto de shopping não rende muito, a não ser que a pessoa esteja comprando algo. Fotos de praia e de beijo na boca vendem muito”, diz.
De bem com os paparazzi
Enquanto alguns artistas têm horror ao jornalismo de celebridades e aos paparazzi, outros têm ótima relação com os profissionais e estão sempre nos principais sites do segmento. A modelo Nana Gouvêa, que recentemente foi notícia no Brasil e no mundo após posar em um dos cenários da tragédia causada pelo furacão Sandy, nos Estados Unidos, mantém uma boa relação com os profissionais há quase três décadas.
“Digo que tive ótima relação com 90% deles, não todos. Eu vivia minha vida normalmente por aí e realmente não me importava em ser fotografada, porque não fazia coisas que precisavam ser escondidas. Nos raros momentos em que me aborreci, foi porque me senti agredida e violentada de alguma maneira, quando tentavam mudar a realidade dos momentos, criando uma imagem negativa”, diz Nana. 
Ela tem uma explicação para estar sempre nos principais sites, mesmo morando em Nova York há quase dois anos com o marido, o agente musical Carlos Keyes. “Estou na mídia há 26 anos, comecei como modelo aos 11. Creio que ler uma matéria a meu respeito é como se fosse ler uma matéria de um conhecido ou uma fofoquinha a respeito do vizinho”, avalia a modelo.