Rio -  Basta o termômetro subir e a chuva cair, condições consideradas ideais para a reprodução do mosquito, para que aquele pequeno e assombroso fantasma chamado Aedes aegypti comece a assustar novamente a população com os males da dengue. Em recente levantamento feito pela secretaria estadual de Saúde, foi constatado que 42 dos 92 municípios do Rio de Janeiro estão com epidemia da doença. Até o dia 26 de março foram notificados 69.343 casos de dengue, com três mortes, nas cidades de Magé, Volta Redonda e Itaocara; sendo que no mesmo período do ano passado, foram anotados 48.361 casos, com 12 mortos.
O município do Rio até o momento está fora dessa estatística. Não vivemos hoje uma epidemia. E manter-se fora deste quadro depende muito da conscientização da população carioca. Não é de hoje que moradores das áreas nobres e também das carentes de nossa cidade sabem que deixar exposto ao tempo pneus, garrafas, vasinhos de plantas e todo tipo de objeto que acumule água contribui para que essa “guerra” seja vencida pelo Aedes aegypti, um inimigo íntimo de cada um de nós.
Esses criadouros estão dentro das nossas casas e até no pátio das escolas dos nossos filhos. Sempre pensamos que somos imunes a tudo, que a doença só acontece na casa do vizinho. E é nesse momento que devemos entender que nós também somos “o vizinho do outro”, e, portanto, fazer a nossa parte é fundamental! Neste caso, a arma é muito simples e eficaz: manter os locais limpos e secos.
A dengue é responsabilidade de todos. Só o esforço coletivo, do governo e da sociedade, pode continuar mantendo a cidade do Rio longe da epidemia. Parece que os cariocas já entenderam que o controle da dengue exige uma mudança de comportamento de toda a população. Sejamos todos combatentes do mosquito, não deixando nunca para amanhã o criadouro que podemos extinguir hoje.
Diretor do Hospital Municipal Ronaldo Gazolla