Rio -  O combate à violência contra a mulher é uma luta antiga e permanente que envolve diversos movimentos de mulheres e que ganhou, nos últimos anos, o Estado como aliado. Após a Lei Maria da Penha (Lei 11.340/06) muitos aparelhos (delegacias, centros de referência, secretarias, juizados, etc) de combate e de apoio a esse tipo de violência foram criados. Mas, mesmo com os avanços, a violência doméstica ainda é um grave problema.
Casos de mulheres mortas por seus companheiros, como no episódio de Eliza Samúdio, que ganhou repercussão nacional, são corriqueiros. O Brasil ocupa a 7ª posição no ranking de países com maiores índices de homicídios femininos. Na última década foram 43,7 mil mulheres assassinadas. Dados do Instituto de Segurança Pública-RJ dão conta de que subiu de 4.871, em 2011, para 6.029, em 2012, os casos de estupro.
A violência contra a mulher não está restrita a um certo meio, não escolhe raça, idade ou condição social. É uma manifestação das relações de poder historicamente desiguais entre mulheres e homens. Mudar essa relação que há séculos permeia a sociedade é difícil por estar arraigado e disseminado. Esse é o desafio. Ações de apoio e proteção às mulheres fortalecem a construção de um país mais justo. A inclusão nos espaços de poder, a participação dos homens nas tarefas domésticas e a garantia da independência financeira contribuem para reverter esse quadro.
A educação também é o caminho para que homens e mulheres entendam seus papéis na sociedade. Uma educação não sexista, de respeito às diferenças e com igualdade de direitos auxilia a mudar essa cultura machista, fruto de uma sociedade patriarcal. É por isso que levantamos nossas bandeiras e vamos às ruas: lutar por uma sociedade justa, igualitária, em que mulheres não sejam mais vítimas de violência no seu meio doméstico.
Inês Pandeló é deputada Estadual pelo PT-RJ